Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1394-2 | ||||
Resumo:Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma doença infectocontagiosa que representa grande problema de saúde pública. O diagnóstico mais utilizado é o teste não treponêmico chamado de Veneral Disease Research Laboratory (VDRL) e seu tratamento é realizado através de antibióticos como a Penicilina G Benzatina. Trata de um estudo quantitativo, descritivo e epidemiológico da sífilis adquirida nos períodos de 2018, 2019, 2020 e 2021, e tem como fonte de dados de domínio público, disponibilizados pelos boletins epidemiológicos e DATASUS, gerados pelo Ministério da Saúde do governo do Brasil. Foram coletados dados nas seguintes abas do DATASUS: “TABNET”, “Epidemiológicas e morbidades”, “Doenças e agravos de notificação 2007 em diante (SINAN)”, “sífilis adquirida” e foram analisados nos anos de 2018 a 2021. O objetivo foi verificar o número de casos da sífilis adquirida utilizando critérios como gênero, faixa etária e regiões do Brasil. Ademais, expor e comparar as evoluções da sífilis adquirida nos gêneros masculino e feminino, separados por raça/cor, conforme a cura e óbito- podendo ser pelo agravo da doença ou por outra complicação, nos anos de 2018 a 2021. Os resultados confirmados de sífilis adquirida separados por gênero, mostraram que nos anos de 2018 e 2019, os dados foram similares, e os homens lideraram 73 mil casos da doença, entres os anos 2020 e 2021. Durante a pandemia da COVID-19, houve queda na detecção da sífilis, provavelmente por conta do aumento de casos da COVID-19. Porém, o gênero masculino continuou apresentando número de casos superior ao feminino. Os registros de casos descartados da sífilis de 2018 se diferenciam do ano de 2019, e as mulheres continuaram com menor taxa da doença. Já durante a pandemia, nos anos de 2020 e 2021, houve queda no descarte de casos da sífilis, apresentando diferença quando comparado aos anos pré-pandemia. O mesmo ocorre com os casos de curados da sífilis, onde em 2018 e 2019, cerca de 95 mil curados no gênero masculino e 66 mil no gênero feminino. Já durante a pandemia, houve queda na taxa de curados. Apesar da baixa de óbitos nos anos de 2020 e 2021, não pode-se afirmar que essa queda existiu, pois conforme já descrito, a notificação da sífilis diminuiu por conta do enfrentamento a pandemia. Em 2018, o número total de casos notificados no Brasil foi de 159.329, e a região com maior número de casos foi a Sudeste com 45,39%. Em 2019, o número total de casos notificados no Brasil foi de 158.024, e a região com maior número de casos continuou sendo a Sudeste. Durante a pandemia, no ano de 2020, pode-se observar baixa da taxa de casos, possivelmente por conta da subnotificação de doenças. O número total de casos notificados no Brasil foi de 118.036. Por fim, no ano de 2021, foi possível observar redução ainda maior da taxa de casos. Nos períodos pré-pandemia, no gênero masculino, na faixa etária de 15 a 39 anos, os dados gerais de confirmados e descartados foram maiores do que os períodos durante a pandemia da COVID-19. Já em 2018 e 2019, no gênero feminino, na faixa etária de 15 a 39 anos, os dados gerais de confirmados e descartados foram maiores do que os períodos durante a pandemia. Com a análise dos dados, é possível perceber redução significativa na notificação da sífilis adquirida no período da pandemia da COVID-19, possivelmente por conta da demanda que a mesma gerou, fazendo com que outras doenças ficassem subnotificadas. Palavras-chave: Treponema pallidum, Veneral Disease Research Laboratory , VDRL, SARS COV-2, Subnotificação |